sexta-feira, 25 de março de 2011

Fear of goodbye



O céu estava cinza, um cinza triste e apagado.
O frio tremia-me os dentes.
O vento gélido que vinha da janela aberta bagunçava o meu cabelo, fazendo-o cair nos meus olhos atrapalhando a minha visão fixa na porta.
Eu não me mexi.
Continuei olhando para a porta. Eu à encarava com ansiedade.
A porta se abriu.
Estremeci.
A voz me invadiu. Aqueles olhos me encararam. E eu quis fugir.
"Desculpe-me."
Não conseguia responder, as palavras fugiam de mim.
"Desculpe-me." Repetiu.
"Não." Falei com as palavras mais frias que me vieram.
"Por favor...eu...estou pedindo com toda força que tenho."
Eu quis correr e abraçá-lo. Não me mexi.
Novamente fui fria, ainda mais que antes:
"Não basta. Isso não vai mudar nada."
Ele chorou.
E veio em minha direção como se estivesse morrendo de ódio.
Mas dessa vez ódio de si mesmo.
Me segurou e gritou com toda dor:
"O que basta então? Eu te amo? Sim, eu te amo."
Eu quis chorar e desfazer-me daquele papel de "sem coração" e dizer que o amo também.
Não consegui.
"Ainda não basta. Você já disse isso outras vezes."
Ele enxugou as lágrimas. Seus olhos me olharam cheios dor.
Voltei a falar:
"Você não sabe o quanto tudo isso me machucou."
Fechei os olhos. Não queria abri-los.
"Você não sabe o quando isso pesa em mim, você não sabe o quanto eu quis me matar por saber que te fiz mal todo esse tempo. " Ele sussurrou.
Ele respirou. Me olhou. Eu continuei de olhos fechados.
Ele falou novamente:
"Isso é um adeus?"
Abri os olhos.
Desejei morrer.
"Não. Um adeus, significa tempo demais."
Sorri.
 

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